quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Poesia do Deserto

Depois da minha experiência na pequisa dos desertos do mundo (que inclui desertos quentes e frios e, acredite, eles são muitos), eu fiquei fascinada pela riqueza dos desertos. Quando eu li Terra dos Homens, de Saint-Exupéry, o fascínio se traduziu em poesia e eu descobri que outras pessoas também se sentiam atraídas pelo deserto. Exupéry também aborda o deserto no seu livro mais famoso - O Pequeno Príncipe - e muitas passagens dos seus livros são auto-biográficas, já que ele foi piloto de correspondência nas rotas dos desertos durante muitos anos. Para ele, o deserto é poesia e amor:


Entretanto, amamos o deserto. Se no começo ele é apenas solidão e silêncio é que não se entrega aos amantes de um dia.(...) Nada nos adiantaria visitar a sua cela. Ela está vazia. O império do homem é interior. Assim também o deserto não é feito de areia nem dos tuaregues nem dos mouros armados de fuzil... As areias são, a princípio, desertas. Mas vem o dia em que, temendo a aproximação de um rezzou, vemos, naquelas areias, as dobras do grande manto em que ele se envolve. E assim o rezzou também transfigura as areias... Aceitamos as regras do jogo: o jogo nos faz, agora, à sua imagem. O Saara, é em nós que ele se mostra. Abordá-lo não é visitar um oásis. É fazer de uma fonte, nossa religião.


SAINT-EXUPÉRY, A. Terra dos Homens. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

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