sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Jovaed 2012

Sei que estou megasuperatrasada (e também sei que essa palavra não existe), mas preciso avisar aqui no blog que estamos participando novamente da Jornada Virtual ABED de Educação a Distância, coordenada pelo professor João Mattar. O evento é gratuito e os inscritos terão direito ao certificado de participação emitido após o final do evento pela ABED. Segundo o site do evento, "como nos demais eventos coordenados pela ABED, trabalhos sobre os mais variados assuntos da EaD serão apresentados. Entretanto, a JOVAED terá em 2012 um tema: mobile learning.Dispositivos móveis têm sido cada vez mais utilizados em educação, presencial ou à distância. Um exemplo de política pública nessa direção é o Projeto UCA – Um Computador por Aluno. Em 2012, devemos assistir a uma invasão dos tablets nas escolas de ensino fundamental e médio, com programas desenvolvidos tanto pelos governos federal quanto estaduais, além de Instituições de Ensino Superior e e-learning corporativo.Que resultados de pesquisas já temos sobre o uso de dispositivos móveis em EaD? Qual a contribuição do m-learning para a aprendizagem ubíqua? Que influência os tablets terão na educação? Estas e outras questões serão discutidas tanto em atividades voltadas especificamente para o uso de dispositivos móveis em EaD, quanto nas atividades que abordarem outros temas, que, entretanto, procurarão também refletir sobre como o mobile learning tende a influenciar suas áreas". A nossa proposta de atividade (minha, da minha querida professora Thelma Panerai e dos meus orientandos), Inclusão digital, autoria, colaboração em rede e a formação de professores, foi iniciada no dia 05, mas ainda está em tempo de participar. Depois de se inscrever no evento, é só acessar o nosso ambiente virtual e se cadastrar na atividade. O cadastro é automático e o código do curso (que só será pedido no primeiro acesso) é jovaed2012. Estamos trabalhando três tópicos: cultura digital, formação de professores e a experiência de programas de inclusão digital nas escolas, como o UCA e os tablets. Como dizem os cariocas, apareçam lá em casa!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Fim da pesquisa!

Nos últimos dois anos, eu trabalhei desenvolvendo a pesquisa "Letramento Digital, Autoria e Colaboração em Rede: Os Professores da Educação Básica e o Papel das Licenciaturas a Distância na Apropriação das Tecnologias Digitais", financiada pelo CNPq. Não vou relatar os meus momentos de desespero com a burocracia para não parecer mal agradecida ao órgão de fomento, mas quase tive um colapso nervoso no final! Quando eu estava no doutorado, eu tinha como um dos objetivos da pesquisa analisar se a modalidade a distância era um diferencial no processo de apropriação tecnológica e letramento digital dos alunos. Como eu precisei antecipar a finalização do doutorado, não tive tempo para aprofundar a pesquisa. O projeto apresentado ao CNPq é uma continuação da minha tese de doutorado e finalizei a pesquisa no mês passado. Durante o processo, criei um blog para divulgar os resultados que encontrei e tornar as informações acessíveis para qualquer pessoa. Os principais pontos da pesquisa estão publicados no blog, assim como o relatório final. Antes mesmo de conseguir um tempo para respirar e dizer "finito", aprovei outra pesquisa no edital Universal do CNPq: "Perfil, práticas e percursos dos professores da Educação Básica com cultura digital consolidada e ações efetivas de autoria e colaboração em rede". O interessante nessa pesquisa é que parte dos sujeitos são pessoas queridas da rede com trabalhos incríveis que merecem ser analisados com profundidade. Vou continuar com o blog de divulgação da pesquisa e tenho três anos pela frente para tentar contribuir, compartilhar e colaborar com o conhecimento sistematizado sobre o tema.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A rede no Hipertexto2012

Terminou ontem o Simpósio Hipertexto Tecnologias e Educação com uma programação que permitiu muitas discussões interessantes e boas surpresas. Participei da mesa sobre o UCA, com considerações sobre a importância da cultura digital na inserção das tecnologias digitais na escola. Foi muito bom ouvir o relato de experiências dos professores de diversos lugares do país e reencontrar bons amigos virtuais e presenciais (adoro quando essas fronteiras são superadas!). Não consegui participar de tudo que eu gostaria por causa dos horários conflitantes, mas a correria pós-moderna é assim mesmo. Meus alunos e orientandos apresentaram seus trabalhos (foram seis no total) e aproveitaram muito o evento, participando das palestras e tietando os professores. A rede de colaboração não só está formada, agora ela realmente está consolidada!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Hipertexto 2012

Começou hoje o 4º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação: comunidades e aprendizagem em rede, evento que acontece até o dia 15 de novembro no Centro de Convenções da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). "Com mais de mil participantes, de diferentes domínios das Ciências Humanas e Exatas, o Simpósio terá 5 conferências e 430 trabalhos distribuídos entre sessões de comunicação e pôsteres digitais, além de mesas-redondas, lançamentos de livros, exposições e a entrega do Prêmio Artes Digitais e Aplicativos Educacionais". O evento terá a palestra de abertura com o meu querido Professor João Mattar (UAM-Brasil e PUC-SP). "Durante a palestra Parangolé x Batman, o especialista no desenvolvimento de técnicas para dinamizar redes sociais falará sobre como na “desestrutura” do ciberespaço podem ser planejadas estratégias educacionais afinadas com as demandas do século XXI". Vou participar do evento com seis trabalhos de alunos e uma mesa redonda intitulada "PROJETO UCA – UM COMPUTADOR POR ALUNO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES", com os professores Patrícia Smith, Sérgio Abranches e Paulo Gileno (mediador). A mesa redonda será no dia 15, a partir das 13:30h. Depois da maratona em pleno feriadão (de quem foi essa ideia, hein?), vou fazer um resumão aqui. A programação geral está disponível para download.

sábado, 3 de novembro de 2012

Percursos interessantes na disciplina Introdução à EaD

Neste semestre, estou conduzindo a disciplina Introdução à Educação a Distância junto com a querida Professora Thelma Panerai, no PPGEdumatec/UFPE. A turma tem excelentes alunos e estou aproveitando para construir várias situações de análise das práticas que conduzem a modalidade a distância. Já fizemos um experimento sobre o Amadeus e agora estamos testando o uso de espaços de discussão fora dos ambientes virtuais de aprendizagem, para compararmos com as funcionalidades que usamos no nosso ambiente. Estamos usando o projeto de autores convidados do blog Caldeirão de Ideias a partir do meu post "Ambientes virtuais: novos espaços de aprendizagem?" para testarmos espaços de interação mais abertos e não-formais. Os comentários estão começando a bombar e pretendo chegar ao conceito de PLE (Personal Learning Environment) através do nosso experimento. Quem quiser participar, é só interagir lá no blog, vamos ver o que conseguiremos fazer. Resultados em breve aqui no blog ou em uma rede social perto de você!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MOOC EaD

Embora a maior parte da literatura sobre EaD insista na tese de que é necessário um modelo para a modalidade (sistema, software, design, plataforma, estrutura etc), existem várias pessoas que são inquietas e não aceitam a imposição de modelos engessados que prometem solucionar todos os problemas da Educação a Distância no mundo. João Mattar e Paulo Simões são exemplos de pessoas que acreditam na flexibilidade da EAD e a inquietação deles resultou no primeiro MOOC (massive open online courses) em língua portuguesa. O tema é Educação a Distância e o MOOC é apoiado pelo TIDD (Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital) da PUC-SP (Brasil) e pela ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância. Para saber mais sobre o MOOC, é só acessar o blog, ler o manifesto ou participar da atividade no Facebook, a criação de uma timeline colaborativa no Facebook sobre a História da EaD. Eles não escreveram em nenhum lugar ou me disseram diretamente, mas tenho a impressão que a estrutura do MOOC criado por eles perpassa a ideia de um PLE. A foto que eu roubei (ma siamo tutti buona gente) para ilustrar a postagem está no blog do MOOC com uma legenda que faz um trocadilho metido a engraçadinho "o MUUC do MOOC". Prefiro nem comentar e, por favor, não culpem a mensageira. Eu só escrevo aqui! :-)

domingo, 30 de setembro de 2012

Seleção para o mestrado no Edumatec

Foi publicado o edital para a seleção do mestrado do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica da Universidade Federal de Pernambuco. São 30 vagas distribuídas em três linhas de pesquisa: Didática da Matemática, Educação Tecnológica e Processos de Ensino Aprendizagem em Educação Matemática e Científica. Eu faço parte da linha Educação Tecnológica e pretendo oferecer três vagas em 2013. É possível encontrar informações sobre a linha Educação Tecnológica no site do nosso grupo de pesquisa, o GENTE. A seleção será realizada em quatro etapas: prova de conhecimento, prova de idiomas, defesa do pré-projeto e análise de currículo. O processo seletivo começa em outubro com as inscrições e só terminará em fevereiro de 2013. Haja coração, não é mesmo? As inscrições serão feitas entre os dias 01 e 24 de outubro de 2012, das 09h às 12h e das 14h às 17h na Secretaria do PPGEDUMATEC (1º andar do Centro de Educação - sala 105).

sábado, 29 de setembro de 2012

Encontro com Paulo Simões

Conhecer Paulo Simões (Força Aérea - Portugal) foi uma das boas surpresas no 18° CIAED/ABED. Eu já acompanhava Paulo no Twitter e sabia que ele pesquisava os PLEs, mas não conhecia a dimensão de sua pesquisa até assistir as suas apresentações no evento. A abordagem que ele apresentou sobre o conceito e o uso dos PLEs é muito esclarecedora e interessante. A minha percepção sobre o PLE foi ampliada significativamente e as possibilidades de uso são muito mais diversificadas do que eu pensava. Adorei a afirmação incisiva dele: "- Ninguém controla o PLE!". Confesso que depois de conhecer o Paulo Simões, fiquei com muita vontade de passar um tempo em Portugal pesquisando as possíbilidades dos PLEs e MOOCs na EaD. Ele fez várias apresentações ao longo do evento e compartilhou os materiais em seu board. Os vídeos de sua palestra final estão disponíveis na rede em duas partes e eu já facilitei a vida de vocês incorporando os vídeos aqui.

Mesa redonda "Educação e cultura digital nos programas de pós-graduação"

Foi muito bom participar da mesa redonda "Educação e cultura digital nos programas de pós-graduação" com os queridos João Mattar (PUC/SP) e Eliane Schlemmer (UNISINOS). Eu não conhecia a professora Eliane pessoalmente, ela é uma fofa (lindíssima!) e faz um trabalho muito interessante sobre games e mundos virtuais. Ela apresentou as pesquisas que vem realizando na pós-graduação da Unisinos e a produção dos seus orientandos de mestrado e doutorado. Achei o máximo o nome do avatar dela: Violet Ladybird! Na apresentação sobre as ações do grupo de pesquisa no programa de pós-graduação da Unisinos, a professora Eliane avisou que as inscrições para a seleção do mestrado e doutorado estão abertas até o dia 30/11. O meu querido professor João Mattar apresentou a estrutura e as linhas de pesquisa do programa de pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD), da PUC/SP. A linha de pesquisa do Professor João Mattar é Aprendizagem e Semiótica Cognitiva e ele vem pesquisando a interação e aprendizagem em ambientes virtuais. O programa também está com inscrições abertas para a seleção do mestrado e doutorado. As apresentações dos professores durante a mesa redonda provocaram um debate interessante sobre a necessidade de novos modelos e metódos para o desenvolvimento de pesquisas em espaços digitais. Alguns programas flexibilizam mais a estrutura dos trabalhos finais, mas outros ainda seguem a padronização utilizada em todos os cursos, dificultando algumas pesquisas. A conversa sobre o percurso metodológico rendeu bastante e se não fosse o tempo tão escasso, teria ido longe. É bom saber que os colegas e alunos que pesquisam a mesma área também passam pelas mesmas angústias e dificuldades que nós. A minha apresentação abordou as possibilidades de utilização de novas ferramentas na pesquisa sobre as tecnologias digitais. Apresentei alguns exemplos e coloquei algumas questões sobre a necessidade de flexibilizarmos as normas e os procedimentos nas pesquisas, sempre mantendo o rigor metodológico, é claro! Assim como os meus colegas, também aproveitei a oportunidade para avisar que as inscrições para a seleção do mestrado em Educação Matemática e Tecnológica - Edumatec estão abertas. A minha apresentação está disponível logo a seguir. Enjoy it!

Mesa redonda "Dos LMSs aos PLEs, SLEs e MOOCs..."

Assim que terminou a minha apresentação, fui assistir a mesa redonda "Dos LMSs aos PLEs, SLEs e MOOCs: games, mundos virtuais 3D, web 2.0 e redes sociais em educação" com os professores João Mattar (TIDD - PUC-SP e Anhembi Morumbi), Patrícia Scherer Bassani(Feevale) e Paulo Guilherme Domingos Ferreira Simões (Força Aérea - Portugal). Como eu fiquei perdida no mapa do evento, quando eu consegui chegar na sala da mesa redonda, todos os lugares já estavam lotados. Resultado: com ou sem vestidinho de linho em tom neutro, sentei no chão mesmo porque não perderia as palestras de jeito nenhum! As falas foram muito interessantes porque apontaram algumas questões que precisamos pesquisar com mais profundidade e com outro direcionamento teórico. Achei muito interessante a construção do primeiro MOOC (massive open online courses) em língua portuguesa em parceria com universidades brasileiras e portuguesas. Muitas coisas que foram apresentadas na fala dos palestrantes me fizeram refletir sobre os nossos equívocos em relação aos conceitos do PLE. Vou listar as questões que considero mais relevantes:

1.O PLE é um conceito, não é uma ferramenta ou um método específico. É possível criar um PLE a partir de diferentes concepções e organizações.

2. Controlar a aprendizagem em PLE's não é algo possível, o máximo que conseguiremos é acompanhar determinadas atividades. Aliás, aqui cabe uma observação conceitual mesmo: se o PLE tem sua base no "personal" isso já nos remete ao aspecto pessoal de sua estrutura, logo, não permitirá o controle de outra pessoa. Alguém pode imaginar a sua página no Facebook sendo "controlada" por outra pessoa?

3. O PLE pode ser formal ou informal e não existe um contraponto entre ambientes virtuais e o PLEs, pois eles podem estar dentro de um PLE. É velha questão: objetivos diferentes, ferramentas diferentes!

4. Usar as ferramentas das redes sociais para o desenvolvimento da aprendizagem não será sempre mais interessante para todos os alunos. Os resultados da pesquisa do professor João Mattar mostram que os alunos preferem a organização dos ambientes virtuais do que a informalidade do Facebook. Pá! Tapa na cara de quem aposta nas redes para salvar a Educação!

5. Os percursos e estratégias para o uso do PLE ainda precisam de mais registros e estudos. Gostei muito do conversation prism em formato de flor que a professora Patrícia Bassani apresentou.

Ficou com a cabeça cheia de caraminholas e cheio de dúvidas ao ler essa postagem? Ótimo! Era esse o objetivo da mesa redonda e o meu também ao escrever esse texto. Muahahahah!

# Update: a apresentação completa da Professora Patrícia Bassani está disponível neste link.

Mesa redonda "A adoção de tecnologias e a formação docente" no CIAED/ABED

A minha primeira mesa redonda no evento foi sobre a adoção de tecnologias e a formação docente, com os professores Alex Sandro Gomes (UFPE) e José Aires (UFC). A sala estava cheia e os questionamentos do público foram bastante interessantes. Eu fiz a introdução na perspectiva da cultura digital e a necessidade de sua consolidação no âmbito da cultura escolar e na formação docente. O professor Aires apresentou a proposta de formação do UCA (Programa Um Computador por Aluno) nas escolas do Ceará e os resultados obtidos até agora. O professor Alex Sandro abordou as possibilidades de uso das ferramentas disponíveis, especificamente o REDU, no processo de ensino-aprendizagem e na formação docente. Adorei a presença das pessoas queridas que prestigiram a nossa mesa redonda, como Kátia Cilene (UFERSA), Apuena Gomes (UFRN), Ricardo Amorim (UNEB)e Paulo Perris (CIn/UFPE). Encontrei até a professora Aparecida, colega dos meus tempos de trabalho na Escola 24 Horas, no Rio de Janeiro! Momento torta de climão sem citar os nomes dos envolvidos: a pessoa chega atrasada ao compromisso, entra na sala quando todos os palestrantes já estão conduzindo os seus trabalhos, não se identifica e ainda quer manter a prerrogativa de conduzir a atividade com uma postura arrogante! Pena que bateu de frente com um certo pernambuco que é brabo como um cabra da peste. É óbvio que não prestou, né, gente? A minha apresentação está logo a seguir e também é possível acessar através do link. Vamos seguir logo para a próxima postagem que ainda falta contar muita coisa!

# Momento futilidade (porque ninguém é só trabalho e profissionalismo): foto foi tirada pelo querido Paulo Perris, mestrando do CIn/UFPE que conseguiu captar toda a minha fofice com o meu vestidinho de linho em tom neutro. É, cremosas, os clássicos nunca morrem!

Notas sobre o 18° CIAED/ABED

Na última quarta-feira terminou o 18° Congresso Internacional de Educação a Distância - CIAED/ABED e mesmo sendo impossível estar em todos os lugares ao mesmo tempo, vou tentar fazer um recorte do que eu pude acompanhar. Vou dividir o assunto em várias postagens para não tornar a leitura cansativa, começando com um panorama geral do evento. A minha percepção (e a de outras pessoas também) é que não o evento não trouxe nada de inovador sobre o tema, mas penso que a expectativa por novidades sempre foi (e continua sendo) um problema para quem trabalha com EaD. As pessoas querem soluções mágicas, um software, uma metodologia (com receita de bolo no estilo faça você mesmo), um material ou qualquer coisa que confirme a ideia geral de que fazer EaD é fácil. A questão é que quanto mais a EaD se expande em número de alunos, instituições e, consequentemente, pessoas que trabalham na área, mais evidente é que a modalidade exige trabalho árduo, muito estudo e aplicação de ações específicas para cada realidade. A quantidade de pessoas que participam do evento sem conhecer a EaD é preocupante e o desconhecimento fica evidente nas perguntas estilo "vergonha alheia", nas quais o palestrante é pressionado a apresentar uma receita pronta para ser replicada pelo participante em sua instituição. Nenhum modelo, método padronizado ou software vai resolver os problemas relacionados com a aprendizagem e a evasão. Algumas pessoas continuam buscando o Graal da EaD sem perceberem que ele não existe, mas o senso comum insiste no pressuposto - que está nas entrelinhas do discurso da EaD - de que é possível encontrar (e vender) modelos perfeitos para operacionalizar cursos a distância que além de eficazes, serão rentáveis. Um exemplo disso são os "cases de sucesso" no qual as pessoas contam as suas experiências exitosas em EaD (eu entrei em uma das salas com apresentação dos "cases" e quase caí em sono profundo cinco minutos depois do palestrante iniciar a sua fala). Enquanto parte das discussões no evento é dedicada ao canto da sereia, várias questões importantes são discutidas nos espaços que não recebem a mesma atenção. Talvez o que falte ao evento seja exatamente direcionar o foco para as questões menos comerciais da EaD e concentrar os esforços na colaboração e compartilhamento de soluções.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Congresso da ABED

Na próxima semana participarei do 18° Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, em São Luis (MA). O tema do evento é "Histórias, analíticas e pensamento aberto:guias para o futuro da EAD". Estarei em duas mesas seguidas, discutindo vários elementos das minhas pesquisas. A primeira mesa será às 14:30h, “A adoção de tecnologias e a formação docente” e estarei na companhia dos professores Alex Sandro Gomes (CIn/UFPE) e José Aires de Castro Filho (UFCE). Logo em seguida, às 18:30h, estarei na mesa “Educação e Cultura Digital nos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu”, com os professores João Mattar (TIDD - PUC-SP / Anhembi Morumbi) e Eliane Schlemmer (UNISINOS- GPe-dU e RICESU). O local e o resumo das mesas estão logo a seguir e vocês podem acessar a programação completa do evento para saber mais. Espero encontrar pessoalmente vários amigos virtuais no evento e continuar desvirtualizando as minhas relações da rede.

Sala 107 S – Centro Pedagógico Paulo Freire - 1° andar MR 06 “A adoção de tecnologias e a formação docente”

Historicamente, a adoção de tecnologias no contexto de ensino provoca reações dicotômicas que tencionam promessas utópicas, quase proféticas, com resistências à mudança. No mundo, muitas são as iniciativas tecnológicas de criação e disseminação de dispositivos que permitam acesso a novas formas de ensino e aprendizagem. Mais recentemente, a adoção da plataforma de celulares pelas novas gerações aceleram a participação dos jovens em redes sociais e seu acesso à Internet. Para esses, a busca é estimulada pela necessidade de liberdade de expressão, pela apreço a diversão, pela disponibilidade para colaborar, pela tendência ao escrutínio e apresso à partilha das novas gerações. Os conflitos ‘intramuros’ aparecem quando novos hábitos surgem na cultura no entorno das instituições. Esses parecem mais atraentes para seu público alvo que as vivências estruturas por métodos e técnicas de ensino. Nesta apresentação, organizaremos uma visão ampla sobre o impacto das novas tecnologias na cultura das novas gerações e de que forma as atuais metodologias de ensino parecem dar sinais de terem chegado ao seu limite para lidar com à prática educativa. Estruturaremos debate sobre a evolução dessas práticas de ensino para corresponder aos hábitos dos atores envolvidos.

Ana Beatriz Gomes Carvalho – UFPE

Alex Sandro Gomes – UFPE

José Aires de Castro Filho – UFCE

Mini Auditório 2 – Centro Pedagógico Paulo Freire – Térreo

MR 15 “Educação e Cultura Digital nos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu”

A sociedade atual cada vez mais se constitui e é constituída pelo uso de diferentes Tecnologias Digitais, (TD) em rede, o que tem provocado transformações profundas – na forma de pensar, agir, interagir, se comunicar, aprender, trabalhar e, enfim, de viver e conviver na contemporaneidade. Essas transformações trazem consequências importantes, representando significativos desafios para os processos de ensinar e de aprender, tanto nos contextos formais, quanto nos contextos não formais de educação. Constatações como essas nos instigam a pensar sobre como a Educação e a Cultura Digital, incluindo a modalidade de educação online, tem contribuído para repensar a forma como os processos de ensino e de aprendizagem são desenvolvidos também no âmbito da pós-graduação stricto sensu, bem como a forma como esses professores-pesquisadores em formação, tem se apropriado dessas tecnologias. Assim, considerando os desafios atuais presentes na formação de mestres e doutores para a contemporaneidade, é que propomos essa mesa, que objetiva o compartilhamento de pesquisas e projetos de desenvolvimento e aplicação na área, a fim de fornecer elementos para reflexão e discussão entre os participantes.

Moderação: Eliane Schlemmer - UNISINOS

Ana Beatriz Gomes Carvalho – UFPE

Eliane Schlemmer - UNISINOS- GPe-dU e RICESU

João Mattar – TIDD - PUC-SP / Anhembi Morumbi

domingo, 9 de setembro de 2012

Fim da greve!

Os professores da UFPE decidiram encerrar a greve na última quarta-feira. Segundo o portal da ADUFEPE (Associação dos docentes da UFPE), "A greve em âmbito nacional já não estava mais forte. Natália Barros, que foi delegada da ADUFEPE no Comando Nacional em Brasília entre os dias 15 e 31 de agosto, contou em sua fala que depois de muitas discussões do CNG, o cenário mudou. Após o ANDES-SN protocolar uma contraproposta junto à presidência da república sem avanços, algumas universidades não tinham como manter a paralisação. O CNG encaminhou a necessidade de que as assembleias das bases discutissem a possibilidade de uma decisão unificada de fim da greve. Apesar dessa decisão, os professores não aceitaram o acordo assinado entre Governo e Proifes no dia 3 de agosto. Mas, a maior greve da história da UFPE trouxe saldos positivos. Um resultado desta batalha foi a possibilidade de acesso interno na carreira ao nível de Professor Titular. Eles também conseguiram reajustes entre 25 e 40%, a depender da classe, até 2015". Penso que a greve se estendeu mais do que devia, o quadro não seria diferente se ela tivesse terminado há 20 dias. Agora, é aguardar o novo calendário, correr (e muito!) atrás do prejuízo e esperar que o governo perceba que não é possível investir no desenvolvimento científico do país sem dar condições de trabalho e os salários que a categoria merece. Como foi dito na assembleia, “A greve termina, mas a luta em defesa da carreira docente e melhores condições de trabalho continua”.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Projeto Caldeirão de Ideias Convida

O resultado da minha pesquisa sobre o uso de tecnologias digitais na formação de professores na modalidade a distância, revelou que ainda existe uma grande dificuldade dos professores em formar redes de colaboração. A dificuldade não está relacionada com o domínio das ferramentas, mas com a forma como os professores se apropriam delas. Agora, quero analisar o outro lado da moeda e estou pesquisando os professores que usam as tecnologias digitais como ferramentas de autoria, colaboração e compartilhamento. Neste contexto, estou acompanhando o Projeto Caldeirão de Ideias Convida, do meu amigo querido, Robson Freire. O projeto é uma tentativa de reunir no blog Caldeirão de Ideias, vários textos de autores que fazem parte de uma rede professores empenhados em compartilhar conhecimento. O blog Caldeirão de Ideias já foi premiado várias vezes no Top Blog/Best Blogs Brasil e a capacidade do autor do blog em agregar pessoas e articular a produção é mesmo impressionante. Vale a pena acompanhar a leitura dos textos dos professores dos diversos níveis de ensino que estão escrevendo no blog e participar com comentários para descobrirmos o poder real do compartilhamento em rede. O texto (imperdível!) da semana é do Professor Jarbas Novelino Barato e é leitura obrigatória para quem quer analisar criticamente o uso das tecnologias em sala de aula. É possível acompanhar a agenda com a programação de publicação dos textos (com o nome dos autores e título das postagens) ou você pode se inscrever no blog para receber as atualizações por e-mail. O blog também está concorrendo ao Prêmio Top Blog 2012 e quem quiser (e gostar) pode votar através do link disponível na página inicial. Precisamos acompanhar de perto o funcionamento de redes para refletirmos sobre as ações de formação e as teorias existentes sobre o uso das tecnologias digitais em sala de aula. Acompanhe de perto e participe!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Novo número da revista Em Teia

Está disponível o último número da revista Em Teia, Revista de Educação Matemática e Tecnológica Iberoamericana, com artigos na área de Educação Matemática e Tecnológica. A revista é vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica, da Universidade Federal de Pernambuco. De acordo com o editorial da revista, "o presente número da Revista EM TEIA vem mostrar de forma clara que a produção de conhecimento nesta área específica se encontra em pleno desenvolvimento, trazendo à luz tanto aspectos inovadores como formas de entendimento da prática educacional neste campo determinado como algo em constante reelaboração. Com textos voltados para aspectos da prática pedagógica, como reflexões sobre modos específicos de entendimento da realidade, este número apresenta artigos que são frutos de pesquisas acadêmicas em diferentes lugares do Brasil". A revista está recebendo novas submissões de artigos para os próximos números. Leia, colabore e divulgue!

sábado, 25 de agosto de 2012

Links das dissertações

Eu fiz várias postagens aqui no blog sobre a defesa das dissertações de mestrado dos meus alunos e várias pessoas me perguntaram sobre o acesso aos trabalhos. A questão é que as minhas postagens sempre são publicadas no mesmo dia da defesa, mas os alunos ainda tem 90 dias para fazer os ajustes finais solicitados pela banca. Finalmente, as dissertações estão disponíveis no site do PPGEdumatec/UFPE, organizadas de acordo com as respectivas linhas de pesquisa e o ano de defesa. Vou comentar as dissertações defendidas em 2012, na linha de pesquisa Educação Tecnológica. A dissertação A Ação Docente na EAD: A Mediação do Tutor entre o Discurso e a Prática, de José Severino da Silva, discute o papel do tutor nos cursos a distância apontando as divergências entre as exigências e funções previstas nos documentos oficiais e a real prática docente dos professores-tutores que atuam de forma ativa no processo de ensino-aprendizagem. A pesquisa de Dagmar Heil Pofricka, intitulada Inclusão Digital nas Políticas Públicas para Formação de Professores em Pernambuco, apresenta uma análise excelente dos programas de inclusão digital para professores, utilizando o software Atlas TI para análise dos dados. Eu fui a orientadora das duas pesquisas e recomendo também a leitura do trabalho de Adriana Carvalho da Silva, orientada pelo Professor Sérgio Abranches, intitulado Travessia Reflexiva do Silêncio/Diálogo Interior: A Construção do Professor no Contexto da Cibercultura, um ótimo estudo sobre as questões filosóficas do professor na cultura digital. Temos também uma pesquisa interessante e surpreendente sobre o uso da EaD no curso de medicina de Maria Cecília Mendonça, orientada pela Professora Patrícia Smith, intitulada O Uso da Informação para Solução de Casos Clínicos: Investigando uma Rede de Diálogos Presenciais e Virtuais. Também sob orientação da professora Patrícia, temos uma ótima análise realizada por Jurema Ingrid Brito do Carmo sobre o uso do Portal do Professor e suas ferramentas, intitulada Planejamento de Aula no "Espaço da Aula" do Portal do Professor do MEC por Alunos de Pedagogia: Uma Questão de Inclusão Digital Docente. Boa leitura!

sábado, 28 de julho de 2012

O sucesso do GT Educação no Fisl13

Este post deveria ter sido publicado ontem, mas eu fiquei tão envolvida com os meus orientandos e as atividades que não consegui tempo para finalizar o texto. Bom, como diz a minha querida Katylene, faz de conta que o texto foi publicado ontem, escolha a sua distribuição Linux preferida e vem comigo! A primeira observação mais importante diz respeito ao sucesso do GT Educação. As salas onde aconteceram as mesas e as oficinas ficaram cheias e a ideia do espaço Paulo Freire no FISL já pode entrar para o Top 5 das sacadas inteligentes da década! Se alguém me perguntasse sobre a perspectiva do GT, eu teria sido bem pessimista e vou explicar a razão: foi a primeira vez que o GT apresentou uma proposta efetiva de atividades e o público que frequenta o FISL não está necessariamente interessado em discutir o uso do software livre na Educação. Póim! A realidade foi bem diferente, muitos professores participam do FISL e não encontrar uma programação voltada para as discussões sobre a prática do SL na sala de aula devia ser muito frustrante. Ouvimos muitos depoimentos interessantes e tivemos muitas contribuições importantes para o desenvolvimento dos projetos que estão em andamento e outros que ainda serão criados

A cobertura do evento com fotos e matérias está disponível no site do Software Livre.Muitas pessoas trabalharam duro para que o GT Educação fosse um sucesso e quero parabenizar Ana Matte, da UFMG e o seu grupo dedicado do Texto Livre, Frederico Guimarães, um biólogo e professor incrível e para o meu orientando querido, Wilkens Lenon. Foi a garra de todos eles que viabilizou a criação e consolidação do GT Educação no Fisl. Agradeço muito a oportunidade de participar do evento. Agora, é arregaçar as mangas e trabalhar duro para preparar o próximo evento com muito mais atividades e oficinas.

Meus orientandos no Fisl13

Na fluidez das relações pós-modernas já previstas por Bauman, consegui reunir os meus dois orientandos queridos que estavam participando do evento. Lenon é meu orientando do mestrado em Educação Matemática e Tecnológica e está pesquisando sobre o uso do software livre nas escolas públicas no contexto do Programa UCA. Rafaela Melo é minha orientanda de PIBIC e também pesquisa o software livre no contexto do UCA. Rafa está no programa de mobilidade estudantil na UFRGS e tem feito coisas muito interessantes na Universidade. Aproveitei a viagem ao Fisl13 para finalizar a orientação do relatório final de PIBIC que será apresentado no final do ano. Fiquei muito orgulhosa dos meus pupilos competentes e fofos!

Terceiro dia no Fisl13

As discussões do GT Educação na sexta-feira abordaram o papel do professor livre na rede. Na mesa sobre o professor livre na rede, Hugo Canali, Rafael Bergamaschi, Ana Matte e Wilkens Lenon e eu, apresentamos as possibilidades de interação dos professores no Portal do Professor Livre que está sendo construído pelo grupo Texto Livre, da UFMG. Depois das apresentações, a pergunta central da mesa para o público foi: como fazer o professor que está efetivamente em sala de aula se interessar por acessar, compartilhar e colaborar na rede, utilizando o software livre como meio? Nós realmente precisamos superar a falácia do professor resistente e começar a descobrir o que pode motivar os professores para uma aprendizagem na perspectiva da colaboração em rede. O processo de internalização da cultura digital não é homogêneo e não é construído da mesma forma e ao mesmo tempo com todas as pessoas. Respeitar a diversidade e, inclusive, a decisão do professor em não querer se inserir no contexto da cultura digital é uma questão a ser considerada. Na mesa a seguir, Frederico Guimarães, Pablo Jacier Ercheverry e Laura Marotias, apresentaram a LibrEdu: avanços na construção de uma rede latinoamericana de Educação. Entre os objetivos da LibrEdu estão: discutir o acesso à conectividade baseada em padrões e softwares livres; capacitação dos educadores no/para o uso do software livre; estimular a liberação dos materiais produzidos pelos educadores sob uma licença livre; catalogar, agregar, disponibilizar, de forma off-line, recursos educacionais abertos. Eu fico bastante preocupada quando as pessoas afirmam que não existe uma política de governo em relação ao uso da tecnologia na Educação. As políticas estão definidas nos documentos oficiais dos programas, pode não ser a melhor política ou a que nós queremos, mas ela existe. A contribuição dos participantes nas duas mesas foi bastante interessante, reafirmando a necessidade de uma construção coletiva dos objetivos e princípios das ações para disseminação do uso do software livre nos diversos níveis da Educação. Quem quiser conhecer a proposta, a discussão está aberta aqui. Participe!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Segundo dia no Fisl13

O Fisl13 continua animadíssimo, com bichos de pelúcia invadindo os corredores e muitos palestrantes (quase) famosos. Participei de uma mesa muito interessante sobre políticas públicas educacionais e software livre, com uma representante dos Núcleos de Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro e duas representantes da Argentina. Ana Cristina Geyer apresentou um panorama da situação do uso do software livre nas escolas da rede estadual do Rio de Janeiro, ressaltando as condições políticas atuais que são desfavoráveis ao SL e privilegiam o software proprietário. Segundo Ana Cristina, os núcleos de tecnologia estão completamente desestruturados e, em todo Rio de Janeiro, apenas dois núcleos trabalhavam efetivamente com a formação em SL. Não aguentei a curiosidade e perguntei quais eram os núcleos que se destacavam entre todos (afinal, o Rio de Janeiro é bem grande). Resposta: Arraial do Cabo e Itaperuna. Caploft! Robson Freire vai dormir feliz da vida hoje... Verônica Xhardez e Lina Montoya apresentaram a situação da Argentina ressaltando a necessidade do uso do SL na educação como prática libertadora, no contexto dos direitos humanos. Ambas frisaram que o uso do SL é uma questão de soberania nacional e um rompimento com a dependência tecnológica. Foi muito interessante quando elas colocaram a foto de um casamento na apresentação e explicaram quem eram as duas pessoas que estavam casando: a gerente de contas governamentais da Microsoft na Argentina e o secretário de gestão e assuntos tecnológicos do governo argentino. Caploft 2.0! Verônica perguntou como é possível que a pessoa responsável pela venda dos softwares para o governo possa se casar com a pessoa que assina os contratos do governo sem que ninguém veja as implicações éticas e legais disso. Na hora das perguntas do público, Frederico Guimarães reforçou as informações trazidas por Ana Cristina, Verônica e Lina, afirmando que o foco das grandes empresas de software tem sido as prefeituras menores, através de "doações" de licenças milionárias (que ninguém precisava, diga-se de passagem). Como dizem no Twitter, tem que ver isso aí...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Primeiro dia no FISL13

Para começo de conversa, o frio está me matando! Aos poucos, silenciosamente, congelando o meu sangue e matando os meus neurônios... Estou gripada desde o primeiro momento da viagem, o que significa que estou com os olhos inchados, nariz escorrendo e espirrando mais do que um bode velho. Encerrado o muro das lamentações, vamos ao que interessa: o primeiro dia de atividades do GT Educação no Fisl13. Começamos a manhã com uma reunião de apresentação do GT Educação, com os grupos que estão estruturando o GT e realizando ações efetivas para a construção da discussão sobre Educação e software livre. Frederico Guimarães, Ana Matte, Ronald Scherolt e Wilkens Lenon, falaram sobre o histórico e os objetivos do GT Educação. Mais tarde, participei da mesa sobre "Software Livre na Educação Superior", com vários enfoques diferentes sobre o tema, pesquisa, extensão, uso de softwares, formação de professores, currículo, tecnólogos etc. A sala estava cheia, tivemos muitas discussões interessantes e uma ótima interação com o público. Na parte da tarde, o GT continuou bombando com várias mesas e oficinas para os participantes do evento. Depois eu vou contar com mais detalhes o que está sendo discutido nas mesas e palestras. Hoje, eu preciso de vitamina C e cama para aguentar a programação de amanhã!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

FISL13

Viajo amanhã para Porto Alegre, vou participar do 13º Fórum Internacional do Software Livre. "Há 13 anos, o Fórum Internacional Software Livre – fisl, vem crescendo e se consolidando como o mais significativo encontro de comunidades de Software - e cultura! - livre na América Latina. Mundialmente reconhecido, o fisl já treze anos é o resultado do trabalho, da colaboração e do envolvimento de milhares de pessoas que acreditam no software livre e na força da comunidade, no Brasil e fora dele". Estarei no GT Educação, uma iniciativa mais do que necessária para discutir as relações entre aprendizagem, colaboração e software livre. Vamos debater a Educação e a cultura livre, buscando analisar as práticas e as abordagens teóricas existentes. "Neste 13º Fórum Internacional de Software Livre o público da educação terá uma programação bem diversificada, com mesas redondas, palestras e oficinas voltadas às demandas de educadores, profissionais, gestores da educação e estudantes, além do debate performático, que trará a inusitada proposta de misturar saber e sabor, numa convergência dinâmica entre tecnologia, educação, cultura e arte". A programação do GT Educação está muito diversificada e eu estarei em três mesas (três? Não é muita coisa? Mas quem foi que me colocou em TRÊS mesas? Eu quero nomes agora mesmo! rsrs...):

Dia 25: Educação e inclusão digital, software livre na educação superior. Rodrigo Padula de Oliveira, Ronald Emerson Scherolt da Costa, Sergio Amadeu da Silveira e Ana Cristina Fricke Matte.

Dia 26: Educação e Inclusão Digital, Políticas públicas educacionais e software livre. Verónica Xhardez, Ana Cristina Geyer de Moraes e Lina Monto.

Dia 27: Educação e Inclusão Digital, Professor livre na rede. Sérgio F. de Lima,Hugo Leonardo Canalli, Rafael José Puiati Bergamaschi, Sergio Amadeu da Silveira,Wilkens Lenon da Silva de Andrade e Ana Cristina Fricke Matte.

Como vocês podem ver, existem duas possibilidades: eu vou morrer de frio ou de tanto trabalhar! Pretendo publicar vários posts aqui no blog com um resumo diário do evento, com as novidades das palestras, oficinas, conversas nos corredores e o que mais estiver acontecendo. Só com muito trabalho vou conseguir esquentar o corpo no frio congelante de POA!

sábado, 21 de julho de 2012

4ª Olimpíada Nacional em História do Brasil

"O Museu Exploratório de Ciências – Unicamp recebe a partir do dia 01/06/2012, as inscrições para a 4ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). Poderão participar estudantes regularmente matriculados no 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e demais séries do Ensino Médio, de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, incluindo alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Em 2012, O Museu Exploratório de Ciências custeará, para participarem da final, as passagens de avião das 27 equipes mais bem colocadas em cada estado da Federação (escolas públicas ou particulares) e mais 10 equipes de escolas públicas com a maior pontuação, sendo uma por região do país, e cinco escolas públicas com mais alta pontuação em todo o Brasil, independente de sua região. Após a final da Olimpíada, os professores responsáveis por essas equipes são convidados a permanecer na Unicamp para realizar capacitação de uma semana, com custos de hospedagem cobertos também pelo Museu.A ONHB premiará escolas, alunos e professores, com medalhas de ouro (60), prata (100) e bronze (140) e certificados de participação para todos os inscritos e também para as escolas.A 4ª Olimpíada Nacional em História do Brasil é uma iniciativa do Museu Exploratório de Ciências – Unicamp. O evento é patrocinado pelo CNPq e tem o apoio da Rede Globo de Televisão e da Revista de História da Biblioteca Nacional". Aproveitem!

sábado, 14 de julho de 2012

EaD e a formação de professores

Semana passada fui procurada por Rafaela Bortolin, jornalista da Gazeta do Povo (Curitiba) para uma entrevista sobre as vantagens e desvantagens da formação a distância para os professores. A matéria intitulada 30% dos professores em formação no Brasil cursam graduação a distância ficou excelente, com dados e opiniões interessantes sobre o tema. A matéria apresenta também infográficos e quadros explicativos sobre o reconhecimento e avaliação dos cursos.A jornalista pesquisou bastante e captou exatamente a essência da discussão espinhosa sobre a aposta governamental para formar professores utilizando a modalidade a distância. A minha opinião na matéria faz parte dos resultados da minha pesquisa sobre letramento digital e formação dos professores a distância.

sábado, 7 de julho de 2012

II Fórum da Internet no Brasil

II Fórum da Internet no Brasil - 3 a 5 de julho de 2012 - PE

O II Fórum da Internet no Brasil propiciou muitas discussões interessantes sobre as mudanças e as reais demandas que temos na rede atualmente. Não vou comentar as discussões específicas das trilhas agora, depois vou escrever melhor sobre isso. O que mais me impressionou foi o aprofundamento de questões que estão em pauta de discussão há muitos anos. Parece que finalmente conseguimos consolidar questões básicas, como a importância de uma cultura livre, a resistência aos mecanismos de controle da rede e a necessidade de banda larga disponível para todos.

Existe uma tendência de aproximar as questões que envolvem a cultura hacker com a disseminação do conhecimento e, consequentemente, com a Educação. Bingo! Temos aí um grande campo para a pesquisa. O evento resultou na Carta de Olinda, uma petição pública em defesa do marco civil da internet no Brasil.

Para provar a minha percepção que não existe contraponto entre pessoas reais/virtuais, conheci no evento quatro pessoas que eu só conhecia nas redes. Pude conhecer e abraçar as queridas Lilian Starobinas e Débora Sebriam, duas fofas que trouxeram uma discussão interessantíssima sobre REA, conversei um pouquinho com Sérgio Amadeu, que participou da banca de qualificação do meu orientando Wilkens Lenon e, finalmente, conheci Ricardo Amorim que está agora no CIn/UFPE, fazendo o seu pós-doc com Alex Sandro Gomes. Fiquei muito orgulhosa com a participação dos meus alunos e orientandos (especialmente Lenon e Josivânia Freitas) no evento. Enfim, uma delícia de evento, encontros maravilhosos e muita conversa produtiva e agradável.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Evento sobre REA

No mês passado, foi lançado o livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas, organizado por Bianca Santana, Carolina Rossini e Nelson Pretto. O livro está disponível onine, livre para download e remix (licença CC-BY). Pausa para a surpresa: o site do livro é lindo!!! Além de bonito, é muito bem estruturado e permite que leitor possa ler cada capítulo, folhear ou descarregar em português, espanhol ou inglês. objetivo é difundir o conceito de REA entre educadores de todas as esferas. Os autores estarão no II Fórum da Internet no Brasil em Olinda, nos dias 3, 4 e 5 de julho e organizaram um momento de conversa sobre o livro e sobre REA em geral no dia 5/7, às 9h. Vou aproveitar a oportunidade para conhecer as queridas Lilian Starobinas e Débora Sebriam. A inscrição no Fórum é gratuita. Nos encontramos lá!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Revista da ABT

A Revista da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional publicou os seus quatro últimos números com uma produção diversificada que apresenta os resultados de vários grupos de pesquisa brasileiros. O Professor João Mattar faz parte do conselho editorial da revista e escreveu um post interessante sobre as publicações, com link para todos os números da revista que abordam o uso de games na educação, EaD, TV digital e mundos virtuais. Apresentei os resultados da minha pesquisa no artigo "Apropriação Tecnológica, Cultura Digital e Formação de Professores nas Licenciaturas a Distância", no número 195 (out/dez.2011). Encontrei resultados que eu não esperava em minha pesquisa e tenho refletido bastante sobre as questões da construção e consolidação da cultura digital entre os professores da Educação Básica. Para quem quiser ter uma ideia sobre o assunto do artigo antes de ler o texto na íntegra, o resumo está logo a seguir. Boa leitura!

Resumo: A formação de professores na modalidade a distância pressupõe o uso intensivo de tecnologias digitais durante o processo de aprendizagem, já que a modalidade apresenta forte agregado tecnológico. Este artigo é resultado de uma pesquisa financiada pelo CNPq, sobre o papel das licenciaturas a distância na apropriação das tecnologias digitais e as possibilidades de autoria e colaboração dos professores da Educação Básica. O objetivo deste artigo é analisar as possibilidades no processo de consolidação da cultura digital e apropriação tecnológica dos professores da Educação Básica que cursaram a graduação a distância, especificamente as licenciaturas. A proposta de investigação desta pesquisa está orientada pelos princípios da pesquisa qualitativa, com fundamentação teórica no campo dos Estudos Culturais. Os resultados indicam que os professores se apropriam dos recursos tecnológicos digitais com desenvoltura e os utilizam em benefício da sua própria formação e em sala de aula, mas ainda não conseguem estabelecer uma rede de colaboração efetiva.

sábado, 16 de junho de 2012

Arena socioambiental

Não sei se todos os leitores do meu blog sabem, mas a minha graduação é em Geografia. Durante mais de dois anos eu trabalhei como professora-tutora no curso de especialização em Educação Ambiental no Senac e orientei diversos trabalhos de conclusão na área. Durante a Rio 92, eu fazia mestrado no Fundão e acompanhei de perto os debates e as reivindicações das organizações não governamentais. Na Rio+20, conferência internacional para discutir o desenvolvimento sustentável, a situação não está melhor do ponto de vista ambiental no planeta, mas a conscientização das pessoas avançou de forma que nenhum de nós na época julgava ser possível. Temos uma nova geração hoje que teve a sua formação nos princípios da Educação Ambiental, são jovens que nasceram e cresceram ouvindo falar sobre os perigos da destruição do nosso planeta. É claro que falta muito e não chegamos nem perto do que precisamos, mas se temos tantas pessoas discutindo, brigando e se organizando, é porque alguma coisa deu certo nos últimos vinte anos. Na minha opinião, o maior avanço que temos hoje é a compreensão de que a agenda ambiental não pode ser dissociada da agenda social. Em 1992, predominava a participação das ONG´s com foco na questão ambiental. Hoje, temos diversos grupos e movimentos sociais que também debatem e lutam pela questão ambiental. É um avanço real e significativo (principalmente para quem não aguentava mais a conversa fiada de que os ambientalistas querem salvar baleias, mas não ligam para criancinhas morrendo de fome na África...). Quem não conseguiu estar no Rio para participar das discussões, pode acompanhar o blog da Arena Socioambiental ou assistir os debates e saber da programação. Para quem tem pressa e gosta de ler as informações resumidas em 140 caracteres, o twitter do evento é @ArenaRIO20 e a hashtag é #ArenaRio20. Acompanhar de perto os movimentos dos governantes, organizações, políticos e líderes no evento, é essencial para fundamentar as nossas decisões no futuro.

domingo, 10 de junho de 2012

Estamos em greve!

Vou pedir licença aos leitores para começar o domingo com o megafone virtual da militância. Eu realmente pensei que a greve dos professores não aconteceria, afinal, no ano passado a categoria aceitou os 4% de aumento em 2012, sem muito esforço do governo para convencer as pessoas. A justificativa do governo no ano passado era a crise mundial, mas ficou a promessa de que a carreira docente, os salários e outras reivindicações seriam rediscutidas no começo deste ano. A promessa saiu do papel, ficou no ar e agora virou algo como o "aparece lá em casa dos cariocas" (só lembrando antes que alguém me jogue pedra: eu sou carioca!). Enquanto isso os critérios de produtividade da CAPES continuam provocando colapso nervoso nos professores, o ministro anuncia com um sorriso no rosto que vai trazer não sei quantos mil cientistas estrangeiros para trabalhar no Brasil e mandar centenas de alunos para o exterior. Tudo muito lindo, muito bacana, mas... e as condições do professor? Um professor doutor que espreme os seus neurônios até a última gota, que tem uma responsabilidade enorme na formação dos seus alunos e orientandos merece ganhar o salário que é pago hoje nas Universidades Públicas? Nos exigem publicações em periódicos internacionais (mas não nos dão condições), participação em eventos (nunca consegui que passagens e diárias na minha Universidade, dizem que existe essa possibilidade, mas estou inclinada a acreditar que é lenda urbana) e precisamos nos atualizar constantemente. Resumindo: para publicar em periódicos, comprar livros para me atualizar e participar de eventos pelo país, eu preciso bancar todas as despesas. Eu gosto muito da Dilma, votei nela, tenho orgulho de ter uma mulher presidenta , mas não aceito ter que tirar uma parte considerável do meu salário (as inscrições em eventos nacionais variam entre 100 e 600 reais) para fazer algo que o próprio governo exige e é parte do meu trabalho. A indignação dos professores se transformou em uma greve que já dura 20 dias e atingiu 51 instituições de ensino superior. A previsão mais otimista dos meus colegas é que ela dure até agosto, mas pode durar muito mais. As reivindicações (que nem são tantas assim) são justas e urgentes. Uma universidade pública de qualidade, com professores competentes e comprometidos não pode existir com voluntariado ou gambiarras para se trabalhar. Pagar melhor e dar condições de trabalho ao professor, é valorizar a Educação e garantir que as pessoas continuarão trabalhando empenhadas em contribuir para o desenvolvimento do país!

sábado, 9 de junho de 2012

Livro Decisão: percursos e contextos

Eu ando tão sobrecarregada com tarefas pendentes que não tenho tempo nem para escrever sobre as coisas boas que ando fazendo, mas decidi que vou corrigir as minhas falhas na organização do tempo. Não, este post não é sobre autoajuda ou mimimi sobre como eu trabalho muito (assim como boa parte da população brasileira!), fiquem tranquilos... No mês de maio aconteceu em Portugal o lançamento do livro Decisão: percursos e contextos organizado pelo meus queridos amigos Arthur Neto e Jader da Silva Alves. Fui convidada para escrever um capítulo do livro e o resultado foi o artigo "A decisão na Educação a Distância: concepções e práticas pedagógicas". A minha satisfação em contribuir com o livro vai muito além do compromisso profissional,  foi a primeira vez que tive a oportunidade de publicar com dois grandes e queridos amigos de longa data: Arthur Neto e Sylvana Ciafrino. Por causa dos percursos da vida, estamos distantes uns dos outros há alguns anos e o livro foi uma ótima oportunidade de nos reunirmos em torno de um projeto. O livro foi lançado no dia 15 de maio, na Biblioteca da Universidade Portucalense e encontra-se à venda em diversas livrarias portuguesas, inclusive na Lello, no Porto, considerada a 3ª livraria mais bonita do mundo. No site da editora é possível encontrar a versão impressa e digital. O lançamento foi um sucesso e o livro tem sido muito bem recebido em diversas instituições portuguesas. Parabéns aos organizadores!

sábado, 28 de abril de 2012

Educar com o Redu

O uso de ambientes virtuais de aprendizagem nos cursos a distância tem desafiado a criatividade dos professores para criar estratégias pedagógicas que garantam a aprendizagem do aluno. Embora as dificuldades com o uso de ambientes virtuais sempre perpassem a questão do desenho didático, sabemos que os alunos não encontram qualquer dificuldade ao usar as redes sociais. Exatamente nesse contexto, foi criado a rede educacional Redu, com o objetivo de integrar os aspectos de gestão e controle dos ambientes virtuais com a flexibilidade das redes sociais. Eu gosto muito da funcionalidade do Redu, a navegação é bem intuitiva, o visual é clean, as possibilidade de interação são bastante interessantes, mas você pode conferir isso tudo visitando o ambiente. Nas últimas semanas foi publicado o livro Educar com o Redu, abordando aspectos conceituais e práticos sobre o uso do ambiente Redu como espaço de mediação e aprendizagem. O livro está dividido em sete capítulos e já na introdução encontramos o conceito de softwares sociais no contexto educacional, nos ajudando bastante na construção dos fundamentos para o uso de novas plataformas de aprendizagem. O livro também aborda questões como fenômenos cognitivos, métodos e técnicas de ensino, novas situações de ensino de aprendizagem, processo de aprendizagem e avaliação utilizando o Redu. O livro é organizado pelo Professor Alex Sandro Gomes e está disponível para download gratuito. Respire novos ares e boa leitura!

domingo, 15 de abril de 2012

Notas sobre a inclusão digital nas escolas

A distribuição de laptops e tablets nas escolas vem provocando debates acalorados sobre o sucesso ou fracasso das práticas governamentais para promover a inclusão digital nas escolas. O histórico das políticas públicas de inclusão digital no Brasil indicam ações distribuídas em duas frentes distintas: uma que pretende realizar a inclusão digital em telecentros localizados na periferia das cidades e a outra é a inclusão digital dentro das escolas. A primeira frente apresenta um perfil voltado para a cidadania, com foco no protagonismo juvenil, na diversidade e na produção cultural das comunidades nas quais os telecentros estão inseridos. É o caso dos programas de inclusão digital como os Pontos de Cultura, Estações Digitais, Casa Brasil etc. As ações de fomento da inclusão digital dentro das escolas buscam um objetivo formador, inserindo aspectos do letramento digital nas ações pedagógicas. As duas frentes apresentam objetivos distintos e encontram inúmeras dificuldades em sua própria especificidade. Ambas necessitam de uma análise profunda das suas ações e uma avaliação cuidadosa dos seus erros e acertos, mas o meu interesse aqui é abordar como o público alvo dos programas de inclusão digital tem se apropriado das propostas. Na maior parte dos casos, a apropriação tem sido muito diferente do que foi planejado inicialmente. Os resultados qualitativos tem indicado que apesar da intencionalidade no direcionamento das políticas de inclusão digital - que insistem em orientar o usuário na sua apropriação do equipamento e nos percursos de navegação - as pessoas que participam desses programas tem dado a palavra final. São elas que estão, efetivamente, dizendo o que querem fazer com o acesso à Internet e o uso dos equipamentos disponíveis (câmeras digitais, filmadoras, som etc). Essa reação dos supostamente "excluídos digitais" deveria servir como uma pista importante para o redirecionamento dos projetos de inclusão de digital e, sobretudo, para que possamos pensar a tal inclusão a partir da perspectiva dos que a desejam e a reivindicam. Um exemplo interessante é o Programa Um Computador por Aluno (PROUCA) do governo federal. O PROUCA distribuiu laptops nas escolas públicas e, embora o seu uso pedagógico ainda seja bastante incipiente, o processo de inclusão digital dos alunos aconteceu. As pesquisas iniciais mostram que independente dos professores, das orientações e de qualquer tipo de formação, os alunos rapidamente se apropriaram das ferramentas existentes no laptop e passaram a navegar com bastante propriedade. Para algumas pessoas não é suficiente, já que é preciso qualificar melhor o tipo de inclusão que está acontecendo, mas eu considero que qualquer tipo de inclusão digital é sempre melhor do que nenhuma.

domingo, 11 de março de 2012

Defesa no CIn/UFPE

Eu costumo comentar e elogiar os meus alunos aqui no blog como uma forma de reconhecer o esforço e divulgar o trabalho que exigiu noites em claro e muito esforço para ser concluído. Eu já participei de várias defesas excelentes, mas não me sinto à vontade para comentar aqui no blog porque o momento de avaliação na banca é muito pontual e eu poderia não captar toda a dimensão do esforço do aluno no meu texto. Abrindo uma exceção, hoje vou comentar a defesa de um aluno de outro programa de pós-graduação e orientando de outro professor. Sexta-feira participei da defesa da dissertação de Marcello Mello, intitulada Visualização de atividades em jogos digitais para fins de avaliação, no Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (CIn/UFPE). A pesquisa foi orientada pelo Professor Alex Sandro Gomes e teve como co-orientadora a Professora Dilma Tavares Luciano. Apenas para contextualizar: o mês de março costuma ser implacável com os professores da pós-graduação, praticamente todas as defesas acontecem ao mesmo tempo. Nas últimas semanas eu li doze dissertações e confesso que é inevitável não bocejar depois do décimo referencial teórico com os mesmos autores. Por isso mesmo o trabalho do Cello me surpreendeu: ele conseguiu relacionar os teóricos que discutem o uso de jogos na educação com coerência e equilíbrio, fez um esquema muito interessante para resumir a metodologia e apresentou uma ferramenta de visualização da avaliação dos jogos usados pelos professores na plataforma Amadeus com foco nas dificuldades dos professores. Oi? É isso mesmo, o foco da contribuição do trabalho do Cello é transpor os obstáculos que os professores encontram ao usar as ferramentas digitais como estratégia pedagógica. A ideia é que o professor possa visualizar graficamente o desempenho obtido pelos alunos nos jogos utilizados como atividade no AVA (como o tempo de jogo, número de partidas, desempenho etc). Os modelos de visualização propostos no trabalho são muito interessantes: tree (que os professores odiaram!), bubles, tags... Pausa para comentar sobre a visualização em nuvem de tags: eu só descobri que a nuvem se movia igual ao que eu tenho aqui no blog durante a apresentação (que foi brilhante). Ficou lindo e é óbvio que essa foi a visualização preferida dos professores. Assim que o trabalho estiver disponível no site do CIn vou colocar o link aqui no blog. Parabéns ao Cello e seus orientadores, Professor Alex e Professora Dilma! Só tenho a agradecer o convite para participar desse momento.

sábado, 10 de março de 2012

Dia internacional da mulher

Sim, eu sei que estou atrasada para comentar a data, mas fui atropelada pelo trabalho durante a semana. Além da minha desorganização na administração do tempo, qualquer coisa que eu escrevesse sobre o dia internacional das mulheres seria redundante, quem acompanha o blog consegue ter uma ideia do que eu enfrento como professora e mãe de três filhas. Aliás, o fato de ser mãe de três filhas (duas já moças e na luta para fazer valer os seus direitos) e professora do curso de Pedagogia tem reforçado bastante a minha percepção da necessidade de fortalecermos a luta pelos direitos das mulheres. Vale a pena ler os textos maravilhosos sobre a nossa luta em blogs como o da Srta Bia (a feminista lambateira tropical mais fofa da rede), o Blog da Lola e o da Cyntia Semíramis. Diante de tanta luta, é muito bom saber que a tecnologia e o compartilhamento de informações tem ajudado nas denúncias e na reafirmação do papel da mulher em nossa sociedade. O vídeo abaixo (vi primeiro no Blog do Mello) é inquietante demais e um exemplo de como precisamos fortalecer a nossa rede de compartilhamento, disseminação das informações e solidariedade.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Uma defesa perfeita

Hoje foi um dia realmente especial, daqueles que vou lembrar por muitos anos como um exemplo de um dia agradável e perfeito. A manhã começou com a defesa da dissertação da minha orientanda querida, Dagmar Heil Pocrifka. A pesquisa que ficou com título final "A inclusão digital de professores nas políticas públicas no Estado de Pernambuco", apresentou três políticas de inclusão digital: o Professor Conectado (esfera estadual), Professor.com (esfera municipal-Recife) e UCA (esfera federal). A análise de dados contemplou os documentos oficiais dos três programas e as entrevistas realizadas com 30 professores, utilizando o software Atlas TI para a análise de conteúdo. A pesquisa iniciou com a escolha de três categorias a priori fundamentadas na proposta de Warschauer: equipamento, conectividade e letramento. Durante a pesquisa surgiram elementos novos e surpreendentes para nós como a gestão, a usabilidade e o conhecimento do programa que foram elencados como categorias a posteriori. A conclusão final do trabalho foi que a inclusão digital não acontece, de fato, nos programas governamentais de inclusão digital porque os professores que realmente precisam da inclusão continuam à margem do processo, enquanto os que já estão incluídos encontram subsídios para melhorar a sua apropriação tecnológica. A banca foi formada por professores brilhantes e queridos que deram excelentes contribuições para o trabalho: Sérgio Abranches (UFPE), Sônia Pimenta (UFPB) e Dilmeire Vosgerau (PUC-PR) que co-orientou o trabalho em uma parceria maravilhosa. Trabalhar com Dagmar foi uma das melhores experiências que já tive como orientadora e não poderia deixar de elogiar a sua persistência, comprometimento e capacidade de trabalho. Ela trabalhou muito e todo o seu esforço foi reconhecido na fala dos professores durante a banca de defesa. É uma pena que o processo de construção da pesquisa não apareça no resultado final e por isso mesmo eu gosto de falar sobre o desempenho do aluno na pós-graduação durante os dois anos de luta. Alguns alunos aproveitam ao máximo a sua formação no mestrado e conseguem sair do curso realmente estruturados e prontos para qualquer desafio da carreira acadêmica. Dagmar, sem sombra de dúvida, faz parte desse grupo. Depois da defesa, fomos almoçar na Oficina Brennand e conversamos tanto que qualquer observador pensaria que era o encontro de cinco amigas de infância que precisavam colocar em dia o assunto de uma vida inteira apenas durante um almoço!Acabamos comemorando a defesa de Dagmar e o meu aniversário antecipadamente, arrematando o almoço com uma sobremesa maravilhosa que envolvia banana frita, sorvete e paçoca (sim, é para ficar com água na boca mesmo!). Um dia como esse me faz acreditar que a vida merece ser vivida de forma plena e que somos realmente pessoas privilegiadas quando conseguimos reunir ao nosso redor pessoas interessantes, com energia positiva em nível máximo e que realmente gostam de nós. Parabéns, Dag! Você merece!

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